Setembro Amarelo: A Saúde Mental em um Mundo de Adoecimentos Coletivos
- Instituto Emancipar

- 16 de set. de 2024
- 2 min de leitura
Atualizado: 4 de ago.

O Setembro Amarelo nos convida a refletir sobre a importância da saúde mental em uma sociedade marcada por adoecimentos coletivos. Vivemos em um ambiente permeado por fatores ansiogênicos que afetam a todos, direta ou indiretamente. Questões como a crise ambiental, a pressão econômica e social, e a sobrecarga de demandas diárias podem exacerbar sentimentos de impotência e desesperança. Isso interfere diretamente no bem-estar mental e pode aumentar a incidência de ideações suicidas, especialmente quando não há espaço para o autocuidado ou apoio emocional.
Estudos brasileiros, como o relatório da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) sobre saúde mental e pandemia, indicam que fatores como insegurança social, mudança climática e precarização do trabalho são responsáveis por aumentar os níveis de estresse e ansiedade na população. Esses fatores podem levar à exaustão emocional, dificultando a capacidade de reconhecer e lidar com sinais de adoecimento psíquico.
Além das questões ambientais e sociais, é importante destacar como a precarização do trabalho e as jornadas extenuantes contribuem para o adoecimento mental. Muitas pessoas enfrentam longas horas de trabalho, privação de sono e a infração de direitos trabalhistas, o que agrava o estresse e compromete a saúde mental. A necessidade de manter-se funcional diante das demandas diárias muitas vezes obriga o indivíduo a ignorar sinais de fragilidade emocional, o que pode mascarar diagnósticos e aumentar o risco de desenvolvimento de transtornos mentais graves.
A privação de sono devido a jornadas de trabalho intensas, assim como a insegurança sobre o futuro e as condições precárias de emprego, são fatores que exacerbam os sintomas de ansiedade e depressão. Quando a saúde mental é negligenciada, fica mais difícil para as pessoas ao redor reconhecerem os sinais de que alguém está em sofrimento, e isso pode aumentar o risco de suicídio.
A saúde mental, por muitas vezes negligenciada, precisa ser colocada no centro do debate, tanto em ambientes profissionais quanto pessoais. Não se trata apenas de uma questão individual, mas de uma responsabilidade coletiva. Reconhecer os sinais de sofrimento e oferecer suporte podem fazer uma grande diferença.
É fundamental lembrarmos que falar sobre saúde mental não deve ser um tabu. O apoio profissional e a construção de redes de suporte são essenciais. Se você ou alguém próximo está passando por momentos difíceis, não hesite em procurar ajuda. Redes de apoio emocional, como a família, amigos ou profissionais de saúde, podem fazer a diferença. Cuidar da saúde mental é um ato de resistência e autocuidado. Não tenha medo de pedir suporte e lembrar-se de que você não está sozinho nessa jornada.
Referência:
FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ. Saúde Mental e Pandemia: impacto da Covid-19 na saúde mental da população brasileira. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2020. Disponível em: https://portal.fiocruz.br/documento/saude-mental-e-pandemia


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